Crítica | Sede Sem Fim (Blood, 2022)

Dependente química recuperada vê seu filho adquirir uma dependência ainda pior no drama de terror 'Sede Sem Fim', do diretor Brad Anderson

Skylar Morgan Jones, Michelle Monaghan e Finlay Wojtak-Hissong como Tyler, Jess e Owen no filme 'Sede Sem Fim', de Brad Anderson

Novo filme do diretor de Clickbait, Brad Anderson, Sede Sem Fim começa trilhando um caminho semelhante ao do suspense Trancada. Jess (Michelle Monaghan, de Você Pertence A Mim) é uma dependente química recuperada que se muda para a casa de fazenda de seus falecidos pais. Ela conquistou a guarda dos filhos, uma pré-adolescente chamada Tyler (Skylar Morgan Jones, da série Diários de um Vampiro) e um garotinho chamado Owen (Finlay Wojtak-Hissong, de Apanhador de Pesadelos). Agora Jess precisa provar que pode ser uma boa mãe se quiser manter a guarda.

O laço com Trancada é rompido quando o cachorro da família retorna da floresta à noite, com o corpo coberto de sangue e um brilho assustador nos olhos. Não fica claro o que aconteceu com ele durante os dias em que ficou desaparecido. Mas como Owen começa a manifestar um estranho gosto por sangue humano após ser atacado pelo cachorro, podemos supor que há um vampiro envolvido nessa história.

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Sede Sem Fim, então, recicla a história da mãe disposta a ir até as últimas consequências para garantir a sobrevivência de seu filho. E sim, neste caso, "ir até as últimas consequências" significa conseguir sangue fresco para o menino. Mais ou menos como a personagem Madeline fez por sua bebê em O Mistério de Grace, drama de 2009 dirigido por Paul Solet e estrelado por Jordan Ladd.

Skylar Morgan Jones, e Finlay Wojtak-Hissong como Tyler e Owen no filme 'Sede Sem Fim', de Brad Anderson

O roteiro de Will Honley (Escape Room 2: Tensão Máxima) dá bastante ênfase às questões familiares, o que não seria um problema se as situações fossem envolventes e se o ritmo fosse agradável. Infelizmente, não acontece nem uma coisa e nem outra. Não pude deixar de imaginar que o filme poderia ser muito melhor se o cineastas tivessem se concentrado mais no mistério que cerca um certo lugar, ao invés de abraçar o drama com tanta força. Ou se dessem destaque ao que realmente interessa em um filme de vampiros, que são... bem, os vampiros.

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O ritmo de Sede Sem Fim torna-se ainda mais lento quando entra em cena o ex-marido de Jess, Patrick (Skeet Ulrich, de Pânico), que teve um caso (e um bebê) com a babá. Patrick está usando o passado conturbado de Jess contra ela no tribunal para tentar recuperar a guarda dos filhos. Quem vencerá essa empolgante batalha? Eu realmente não me importei. Também não me importei muito com os personagens. Exceto talvez com Tyler, que tem alguns momentos relativamente comoventes, e com aquela senhora do hospital, que cai de paraquedas no meio do melodrama vampiresco.

Finlay Wojtak-Hissong como Owen no filme 'Sede Sem Fim', de Brad Anderson

Sede Sem Fim tem sua cota de imagens horríveis, principalmente no ato final, mas esses momentos acabam se perdendo em meio a um enredo arrastado. Se você procura por um drama familiar com uma pegada sombria, pode ser que o filme agrade. Mas acredito que quem espera por uma experiência mais assustadora e intrigante, ou mesmo um simples filme de vampiros nos moldes clássicos, vai se decepcionar.

Nota: 3/10

Título Original: Blood.

Gênero: Drama, terror.

Produção: 2022.

Lançamento: 2023.

País: Estados Unidos da América.

Duração: 1 h 48 min.

Roteiro: Will Honley.

Direção: Brad Anderson.

Elenco: Michelle Monaghan, Skeet Ulrich, Finlay Wojtak-Hissong, June B. Wilde, Skylar Morgan Jones, Danika Frederick, Jennifer Rose Garcia, Sarah Constible, Onalee Ames, Candace Smith, Cheryl Gensiorek, Jerni Stewart, Jeff Strome, Michael Strickland, Rodrigo Beilfuss, Tricia Cooper, Erik Athavale, Blake Osborne, Everett Osborne, Lauren Cochrane, Adam Hurtig, Olaoluwa Fayokun.