Crítica | Bad CGI Gator (2023)

 Um jacaré criado com efeitos digitais horrorosos aterroriza jovens em uma casa no lago em 'Bad CGI Gator', produção da Full Moon Features dirigida por Danny Draven


Chad enfrenta o jacaré esfomeado com sua espada samurai no filme 'Bad CGI Gator'
Chad (Ben VanderMey) enfrenta o jacaré esfomeado com sua espada samurai no filme 'Bad CGI Gator'


Garras Vorazes, o tão comentado filme de terror sobre o bicho-preguiça assassino, revelou-se uma experiência frustrante. Não porque a ideia de fazer um filme sobre uma preguiça assassina seja ridícula, mas justamente porque os realizadores não abraçaram seu potencial para o absurdo e ainda restringiram as cenas de violência para conseguir uma classificação indicativa PG-13.

Felizmente, podemos contar com a Full Moon Features, a produtora e distribuidora do veterano de filmes B Charles Band, para entregar a dose de tosqueira divertida que o outro filme ficou devendo. E eles fazem isso com Bad CGI Gator, do diretor Danny Draven (Patient Seven). Ok, Bad CGI Gator não é um filme sobre preguiças assassinas, mas tem uma premissa igualmente ridícula, e a comparação não deixa de ser válida.



O filme acompanha seis estudantes universitários que planejam passar as férias de verão em uma cabana nos pântanos da Geórgia. Os amigos inseparáveis Chad e Pearce lideram o passeio, seguidos de perto pelas namoradas aspirantes a influenciadoras Sarah e Paisley. Hope, meia-irmã de Chad, parece estar no passeio a contragosto. Já o amigo Sam está lá porque tem uma queda por ela.

Amigos se reúnem no lago no filme 'Bad CGI Gator'
Amigos se reúnem no lago no filme 'Bad CGI Gator'


Antes da bebedeira começar, a deslumbrante Sarah sugere que a turma jogue seus laptops escolares no lago localizado no quintal da casa. O ritual, segundo ela, não é apenas uma expressão de rebeldia contra o sistema educacional americano e as regras sociais, mas também uma maneira de impressionar seus seguidores e, com um pouco de sorte, viralizar nas redes sociais.

Nunca é revelado se o vídeo que gravaram realmente se tornou viral. Mas não demoramos para descobrir que o acúmulo de laptops no lago transformou um pequeno jacaré inofensivo em um jacaré muito grande que quer devorar todo mundo. Não, eu não faço ideia de como isso aconteceu. Felizmente, o roteiro também não perde tempo tentando explicar.



Os primeiros 15 minutos de Bad CGI Gator são compostos por cenas de um cara qualquer pescando no lago, os rapazes conversando sobre temas aleatórios, e as moças fazendo vídeos para o TikTok. Mas assim que a matança começa, temos exatamente o que se espera de um filme cujo título traduzido é "jacaré de CGI ruim".

As influenciadoras Sarah e Paisley, prontas para a pose perfeita no filme 'Bad CGI Gator'
As influenciadoras Sarah (Rebecca Stoughton) e Paisley (Sarah Buchanan), prontas para a pose perfeita no filme 'Bad CGI Gator'


Draven e o roteirista Zalman Band parecem estar se divertindo, zombando de problemas presentes na maioria dos filmes de monstros de baixo orçamento. Seu jacaré não anda, praticamente desliza no solo. Ocasionalmente, ele voa, o que rende uma cena hilária envolvendo uma espada samurai. O monstro também muda de tamanho conforme a situação exige, além de ter a habilidade de bater nas portas e tocar campainhas.

Estranhamente, enquanto os efeitos digitais são adequadamente horrorosos, o gore prático é relativamente bem cuidado, principalmente quando pernas começam a voar pelos ares. Isso destoa um pouco do clima de produção de fundo de quintal que reina quase absoluto, mas o detalhe não chega a atrapalhar a brincadeira, que fica ainda mais divertida graças ao elenco esforçado.

Ben VanderMey (série Gotham Knights) e o estreante em longas-metragens Cooper Drippe estão bem como os machos alfas Chad e Pearce. Rebecca Stoughton (Revenge Game) e a também estreante Sarah Buchanan estão mais divertidas ainda como suas namoradas egocêntricas.

Amigos tentam sobreviver ao ataque do jacaré assassino no filme 'Bad CGI Gator'
Amigos tentam sobreviver ao ataque do jacaré assassino no filme 'Bad CGI Gator'


O ponto fraco acaba sendo o casal comportadinho Hope (Maddie Lane, da série General Hospital) e Sam (Michael Bonini, da série The Blacklist), que não apenas são personagens chatos, mas também nos entediam com um romance sem sal que nunca sai do lugar. Para piorar, os dois acabam ganhando todos os holofotes nos minutos finais.

Acredito que essa tosqueira intencional funcionaria melhor se os outros dois casais tivessem mais espaço. Também acredito que o filme se beneficiaria com um final mais caótico, que não passasse a sensação de ter sido feito às pressas. Ainda assim, não dá para dizer que Bad CGI Gator não cumpre parte de sua promessa de ser um filme ruim, mas divertido.


Nota: 4.9/10


Título Original: Bad CGI Gator.

Gênero: Comédia, terror.

Produção: 2023.

Lançamento: 2023.

País: Estados Unidos da América.

Duração: 58m.

Roteiro: Zalman Band.

Direção: Danny Draven.

Elenco: Michael Bonini, Maddie Lane, Ben VanderMey, Rebecca Stoughton, Cooper Drippe, Sarah Buchanan, Lee Fealy.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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