O assassino mascarado mais famoso do cinema retorna após 16 anos em um curta-metragem que inicia o “Jason Universe”
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| Sweet Revenge: Jason Voorhees voltou, e está nervoso |
Sweet Revenge é um curta-metragem sobre dois casais que vão passar um tempo em uma cabana isolada na floresta e acabam sendo perseguidos por um assassino mascarado. Não um assassino mascarado qualquer, mas o próprio Jason Voorhees, que estava longe das telas desde o remake de Sexta-Feira 13 (2009). O motivo do sumiço foi uma batalha judicial que impediu a produção de novos filmes.
O morto-vivo que persegue adolescentes em Crystal Lake até apareceu em produções feitas por fãs, e algumas delas, como Never Hike Alone, foram muito bem recebidas. Mas Sweet Revenge marca o retorno oficial de Jason, além de servir como aperitivo para o que vem sendo chamado de “Jason Universe”, um universo cinematográfico que pode render um longa-metragem em breve.
Como grande fã de Sexta-Feira 13, fico feliz em dizer que esse curta, embora tenha apenas 13 minutos, traz momentos de brutalidade que fazem jus à franquia. Principalmente quando o velho Jason desliga o modo stealth e invade a cabana onde os dois casais se hospedaram. Guardadas as devidas proporções, a cena me lembrou do massacre na festa do milharal em Freddy vs. Jason (2003).
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| Um dia tranquilo numa cabana na floresta; o que poderia dar errado? |
Também gostei da atmosfera, que carrega leves influências dos filmes dos anos 80. O figurino segue o mesmo padrão, assim como a trilha sonora, que vai do moderno aos sintetizadores oitentistas. A cereja do bolo fica para a atualização da icônica trilha de Harry Manfredini, um dos principais elementos que compõem a identidade da franquia.
O visual do morto-vivo psicótico se mantém bastante fiel ao apresentado nos filmes anteriores. O ator Schuyler White, que interpreta o novo Jason, não chega a ser fisicamente imponente, mas acredito que esse detalhe pode ser facilmente contornado com simples truques de câmera em um possível novo longa.
Não posso dizer que gostei da decisão de colocar adultos chatos no lugar dos jovens inconsequentes que costumavam passear por Crystal Lake nos bons tempos de Sexta-Feira 13. Muito menos do fato de praticamente todas as mortes — exceto as da cabana — acontecerem fora da tela. Pelo menos o filme mostra alguns corpos, e a maquiagem é bem-feita.
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| Corram para a floresta, porque Jason entrou na cabana |
Já outras escolhas me causaram preocupação. O curta tem roteiro e direção de Mike P. Nelson, cineasta que definitivamente não é unanimidade entre os fãs do gênero. Basta lembrar que ele foi o responsável por Pânico na Floresta: A Fundação (2021), o filme que modernizou a franquia Wrong Turn. E por “modernizar”, entenda-se destruir tudo o que os fãs amavam e transformar o que sobrou em algo mais próximo daquela chatice que a crítica mainstream chama de “terror elevado”.
É difícil não notar que Nelson também tentou dar uma “elevada” em Sweet Revenge. E não me refiro à câmera que insiste em focar em sidras, pois essa escolha é menos um capricho art house e mais uma exigência do patrocinador do curta, que, vejam só, é uma companhia que vende bebidas de sidra. O problema está em detalhes como o final em aberto (é sério que você está tentando trazer ambiguidade para Sexta-Feira 13, Nelson?) e em cenas que contradizem o que já sabemos sobre a franquia.
Não vou entrar em detalhes para evitar spoilers. O que posso dizer é que os eventos apresentados nesse curta-metragem, se realmente forem canônicos (e, ao que tudo indica, são), abrem algumas possibilidades no mínimo questionáveis para a franquia — incluindo a de Jason ser substituído por uma mulher.
Não, Mike P. Nelson. Apenas não.
Nota: 5/10
Título Original: Sweet Revenge.
Gênero: Terror.
Produção: 2025.
Lançamento: 2025.
País: Estados Unidos da América.
Duração: 13 min.
Roteiro: Mike P. Nelson.
Direção: Mike P. Nelson.
Elenco: Ally Ioannides, Schuyler White, Natassia Wakey, Toussaint Morrison, Chris Carlson, Kevin Cray, Beth Cray, Calleigh Kearns, Gio Contreras, Tim James.
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