Montar a lista dos melhores de 2018 deu trabalho. Alguns filmes que amamos acabaram ficando de fora por não se encaixarem exatamente na categoria de terror, como é o caso do delicioso drama fantástico Blue my Mind; o hilário thriller de humor-negro Puro Sangue; ou o maravilhoso conto folclórico November. Outros filmes com grande potencial não estão na lista simplesmente porque ainda não tivemos tempo de assisti-los, como é o caso de Operação Overlord e o remake de Suspiria. Fora isso, pode ter certeza que levamos em conta a maioria dos filmes de terror lançados em 2018 para chegar ao nosso top 10. Confira nossa lista abaixo. E concordando ou discordando, não se esqueça de deixar seu comentário.
10 - Halloween
40 anos depois de espalhar o terror pelas ruas de Haddonfield, o serial killer mascarado Michael Myers está de volta para um confronto final com Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), a única sobrevivente de seu primeiro massacre. Só que dessa vez Laurie está preparada para a batalha. E conta inclusive com um arsenal de armas que deixaria orgulhosa até mesmo Sarah Connor, de O Exterminador do Futuro. O reboot de David Gordon Green está longe de causar o mesmo impacto que o remake dirigido por Rob Zombie em 2008. Mas ver Michael e Laurie saindo no tapa é muito divertido. E o sentimento de nostalgia acaba nos agarrando pelo pescoço, graças à maravilhosa trilha sonora de John Carpenter.
9 - A Casa que Jack Construiu
Lars von Trier, o polêmico diretor de Ninfomaníaca, Melancolia e Anticristo, está de volta com mais uma obra com enorme potencial para ser amada ou odiada. Ou ambos ao mesmo tempo. O ótimo Matt Dillon interpreta Jack, um assassino em série que tem um único objetivo a cumprir: executar crimes perfeitos, sem deixar nenhum tipo de rastro. Ou será o contrário, e tudo que ele deseja é ser punido pelos seus atos? O filme acompanha 12 anos da vida de Jack enquanto nos bombardeia com metáforas, humor-negro e filosofia. Mas tome cuidado, porque você também verá algumas das cenas de violência mais revoltantes dos últimos anos. Não é à toa que o filme irritou muita gente durante sua exibição no Festival de Cannes. E até fez algumas pessoas abandonarem o cinema no meio da sessão.
8 - Cam
Você percebe que a Blumhouse está disposta a surpreender seu público no momento em que a produtora decide entregar um thriller de horror psicológico ambientado no universo das cam girls. E percebe que eles acertaram em cheio, quando o filme se torna uma das grandes surpresas de 2018. O mérito vai para a boa direção de Daniel Goldhaber, para o roteiro esperto de Isa Mazzei — ela própria, uma ex-cam girl — e, é claro, para a atriz Madeline Brewer. Ela está ótima no papel de Alice, uma jovem que tenta conciliar sua vida familiar com seu trabalho em um site erótico onde se apresenta com o nickname de Lola. Sua escalada no ranking das preferidas dos internautas é interrompida quando ela é excluída de sua própria conta. E para piorar, descobre que existe uma garota exatamente igual a ela realizando shows em seu lugar.
7 - Assassination Nation
O caso da histeria das bruxas de Salem é atualizado para a era das redes sociais no insano thriller do humor-negro do diretor e roteirista Sam Levinson. Na trama, um hacker misterioso invade as contas dos pacatos moradores de uma pequena cidade americana e expõe seus segredinhos íntimos na internet. A população revoltada decide descontar sua fúria em quatro adolescentes rebeldes, e dá início a uma verdadeira caça às bruxas moderna. A direção estilosa mescla vários gêneros, incluindo comédia, ação e drama. Mas também entrega momentos de enorme tensão, uma sequência de invasão domiciliar muito bem planejada e uma sequência de terror sangrenta, digna dos bons momentos do cinema slasher.
6 - Vingança
A diretora e roteirista francesa Coralie Fargeat revisita o sub-gênero rape-revenge para contar a história de Jennifer (Matilda Lutz), uma jovem que vai passar o final de semana na companhia do amante em uma mansão no deserto. A chegada de convidados indesejados dará início a eventos que deixarão Jennifer à beira da morte. E farão com que ela seja tomada por um desejo incontrolável de vingança. O roteiro de Fargeat brinca com estereótipos, subverte expectativas e constantemente provoca o público a expressar opiniões sobre o que está assistindo. E sua direção, sempre com um pé no cinema exploitation, entrega fartas doses de violência estilizada que transforma a história em um banho de sangue divertido.
5 - Hereditário
O clássico instantâneo do diretor e roteirista Ari Aster coloca a maravilhosa Toni Collette no papel de Annie, uma mulher tentando lidar com a perda recente de sua mãe. Mas a morte também é sentida por seu filho Peter (Alex Wolff) e pela garotinha Charlie (Milly Shapiro), que começa a apresentar um comportamento cada vez mais estranho. Caberá a Steve (Gabriel Byrne) tentar manter a união da família diante dos eventos assustadores que passam a assombrá-los. Hereditário é um filme que causa arrepios. E tem momentos perturbadores o suficiente para justificar a empolgação de alguns críticos, que chegaram a considerá-lo como "O Exorcista da nova geração".
4 - A Casa do Medo: Incidente em Ghostland
Pascal Laugier, o homem por trás do perturbador Mártires, está de volta com um novo pesadelo repleto de violência e cenas medonhas. E também uma reviravolta tão cruel que me fez ficar com medo do que viria a seguir. Mylène Farmer, Emilia Jones e Taylor Hickson estrelam nos papéis de uma mãe e duas filhas que se mudam para uma casa isolada e, logo na primeira noite, precisam lutar para sobreviver aos ataques de invasores misteriosos. Dezesseis anos depois, as irmãs (agora interpretadas por Crystal Reed e Anastasia Phillips) se reencontram com a mãe na mesma casa. Mas os traumas do passado também retornam para assombrá-las.
3 - Downrange
Quem falou que um filme precisa desenvolver corretamente seus personagens para ser bom? No delicioso terror do diretor de O Último Trem, Ryûhei Kitamura, o pneu do carro que transporta um grupo de jovens estoura em uma estrada deserta antes mesmo que possamos ver o rosto dos protagonistas. E eles não demoram para descobrir que todos estão na mira de um atirador psicótico. Kitamura não perde tempo com conversas. Mas compensa entregando movimentos de câmera frenéticos e momentos de tensão de roer as unhas. Ah, e o sangue também jorra com gosto. Destaque para a cena em que uma família inteira é arrastada para o meio do pesadelo infernal. E para a sequência final, que seria hilária se não fosse tão trágica.
2 - Um Lugar Silencioso
Enquanto Ryûhei Kitamura nada contra a maré ao se negar a desenvolver seus personagens em Downrange, o diretor John Krasinski também quebra regras em seu filme de estréia. Um Lugar Silencioso contraria a modinha das produções de terror barulhentas que tentam amedrontar o público na base de jump scares e aposta no silêncio para nos aterrorizar. Krasinski também estrela ao lado de Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe. A trama é ambientada em um mundo pós-apocalíptico e acompanha uma família que precisa aprender a se comunicar no mais completo silêncio, já que há criaturas medonhas à espreita na floresta. Os monstros são cegos, mas têm uma audição muito boa. E a luta pela sobrevivência rende momentos de tensão inacreditáveis.
1 - O Ritual
Depois de nos entregar o arrepiante segmento 'Amateur Night' da antologia de terror V/H/S, o diretor David Bruckner volta a surpreender com O Ritual, filme que ocupa merecidamente o primeiro lugar em nossa lista dos melhores de 2018. A trama acompanha quatro amigos que se aventuram pelas montanhas suecas para homenagear um companheiro falecido. Eles acabam se perdendo depois de decidir seguir por um atalho na floresta. E dão de cara com um horror literalmente inimaginável. O Ritual tem todos os elementos para agradar aqueles que gostam de um bom thriller psicológico, mas também não se intimida quando precisa escancarar o terror na tela. A ameaça é revelada em toda sua glória no último ato. E ela é tão bizarra que provavelmente colocaria um belo sorriso no rosto do escritor H.P. Lovecraft.
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O " ÚNICO " site que não colocou Hereditário como o Melhor filme do ano ! Parabéns aos envolvidos e também não acho que foi o melhor e nem dos melhores .
ResponderExcluirParabéns pelo site. É uma de minhas leituras diárias. Por favor continuem o bom trabalho. Quanto a lista, ela é pessoal e polêmica como toda a lista, tem ótimos filmes, outros nem tanto, pra mim lógico, mas imperdoável é a menção elogiosa ao pavoroso Halloween de Rob Zombie, diretor espalhafatoso que não entendeu nada do personagem e inventou de contar a origem de Michael Myers, quando a definição dele estava perfeitamente estabelecida pelo Dr. Loomis desde o primeiro filme.
ResponderExcluirAbraços