Gary Oldman e Emily Mortimer vivem momentos de terror em barco assombrado no novo filme do diretor Michael Goi
Imagem do filme de terror 'A Possessão de Mary', de Michael Goi |
Por Ed Walter
Novo trabalho do diretor de Megan is Missing, Michael Goi, o terror sobrenatural A Possessão de Mary revisita um tema relativamente pouco explorado no cinema de terror: o dos navios assombrados. Ou, nesse caso, um barco. Assim como em Christine, o Carro Assassino, ele também tem nome: Mary. E o protagonista David Greer (Gary Oldman) sente uma atração irresistível por ele, a ponto de decidir comprá-lo da primeira vez que o vê.
É claro que David não sabe do passado sombrio de sua aquisição. Mas ele vai descobrir durante a viagem de inauguração, cujo destino, ironicamente, é o "Triângulo das Bermudas". A esposa Sarah acompanha David na viagem, assim como a filha adolescente Lindsey e a filha caçula que, estranhamente, tem o mesmo nome do barco. O namorado de Lindsey, Tommy, pega carona no passeio. E o melhor amigo de David, Mike, vai junto para dar uma forcinha. Todos terão dias muito desagradáveis pela frente.
Mary tem uma produção bem cuidada. Michael Goi tem uma longa carreira como diretor de fotografia, e ele faz bom uso de seus talentos aqui. A maneira com que apresenta os personagens e desenvolve seus laços familiares funciona bem. E antes da viagem maldita começar, temos até uma reunião entre amigos, com direito a histórias de fantasmas marítimos, que dão um gostinho do que virá a seguir.
Imagem do filme de terror 'A Possessão de Mary', de Michael Goi |
Tudo que o público vê é narrado por um dos sobreviventes, que agora está sob custódia da polícia, suspeito de sabotagem e assassinato. A agente federal Clarkson (Jennifer Esposito) é quem ouve o depoimento. Mas ela não dá muito crédito a ele. Afinal, como acreditar em um relato sobre atividade paranormal, maldições, aparições fantasmagóricas e até possessões?
É uma pena que esses eventos não causem impacto quando são mostrados na tela. Há jump scares, uma ou outra cena de confronto, gritaria e um pouquinho de sangue (muito pouquinho mesmo). Mas atmosfera e suspense são elementos quase ausentes em Mary, o que deixa a experiência bem morna. E o fato do roteiro de Anthony Jaswinski (o mesmo de Águas Rasas) não se preocupar muito em estabelecer regras para os "poderes" da assombração atrapalha ainda mais a experiência.
Oldman e Mortimer se esforçam, e eu até torci por seus personagens. Só gostaria que houvesse um pouco mais de aprofundamento em uma certa informação sobre o passado do casal, que é jogada na tela mas não trás consequências reais para os personagens. Stefanie Scott não tem muita coisa para fazer além de desfilar de biquíni. Owen Teague tem uma participação bem pequena, assim como Manuel Garcia-Rulfo. E a atriz mirim Chloe Perrin até ensaia algumas ações que quase a elevam para o posto de menininha assustadora. Mas, infelizmente, o roteiro também não deixa que ela vá muito longe.
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O melhor: É bem produzido e tem um elenco esforçado.
O pior: Falta atmosfera e suspense. E a assombração é bem genérica.
Quem é: Aquele cara de preto que vendeu o barco para David?
Título original: Mary.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 84 minutos.
Roteiro: Anthony Jaswinski.
Direção: Michael Goi.
Elenco: Gary Oldman, Emily Mortimer, Stefanie Scott, Owen Teague, Manuel Garcia-Rulfo, Chloe Perrin, Jennifer Esposito, Douglas Urbanski, Claire Byrne, Michael Landes, Natalie Jean, Griffin Hood, Kathryn Kelly.
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