Crítica | A Maldição da Casa do Lago (House by the Lake, 2017)

Família desconfia que o amigo imaginário da filha pequena pode ser real no terror sobrenatural do diretor Adam Gierasch


Imagem do filme 'A Maldição da Casa do Lago'
Natasha Bassett em imagem do filme 'A Maldição da Casa do Lago', de Adam Gierasch


A Maldição da Casa do Lago é o trabalho mais recente do diretor Adam Gierasch, cuja filmografia inclui Noite dos Demônios (2008) e Fertile Ground (2011). Anne Dudek (série Mad Men), James Callis (O Bebê de Bridget Jones), Natasha Bassett (The Pale Door) e Amiah Miller (Quando as Luzes se Apagam) estrelam o longa, roteirizado por Josh Burnell a partir de uma história que escreveu com Mike De Trana.

Miller e Dudek interpretam Karen e Scott, um casal que se retira para a casa de lago dos avós paternos, na região sul da Califórnia, onde pretende relaxar e dar um novo fôlego para seu relacionamento desgastado. A escolha do local é no mínimo questionável já que a filha autista do casal, Emma (Miller), tem uma forte aversão à água. Mas a menina se adapta bem à situação e até faz um amigo imaginário, que ela chama de Homem-Peixe. O problema é que Emma também diz que seu novo amigo quer levá-la para viver com ele no fundo do lago.


$ads={1}


Se o Homem-Peixe é real ou existe apenas na imaginação da menina é o grande mistério do filme. E antes de obter a resposta, vamos acompanhar bastante drama familiar, com direito a diferenças de opiniões sobre como lidar com a situação da filha e conflitos conjugais que se intensificam conforme Scott começa a passar tempo demais com Gwen (Bassett), uma babá atraente, muito parecida com a Eliza Dushku, de Pânico na Floresta.

Imagem do filme 'A Maldição da Casa do Lago'
Imagem do filme 'A Maldição da Casa do Lago', de Adam Gierasch


Na teoria, Gwen deveria ficar de olho na menina. Na prática, ela dorme como uma pedra enquanto Emma, que também é sonâmbula, começa a vagar pela casa com uma frequência cada vez mais alarmante. Mas não dá para culpar apenas Gwen, já que o casal não parece muito preocupado em tomar uma atitude para reduzir os passeios noturnos da filha, chegando inclusive a deixar a porta do quarto aberta.


$ads={2}


Essas trapalhadas dos personagens adultos garantem algumas metáforas para quem estiver disposto a mergulhar nas profundezas do roteiro, mas comprometem a tensão que as cenas poderiam proporcionar. Há inclusive alguns momentos em que o filme se torna involuntariamente cômico, como naquela cena tosca em que Scott e Gwen vão jogar bola e praticamente deixam a menina sob os cuidados de um vizinho para lá de suspeito.

Imagem do filme 'A Maldição da Casa do Lago'
Amiah Miller em imagem do filme 'A Maldição da Casa do Lago', de Adam Gierasch


A Maldição da Casa do Lago ganha um certo fôlego no último ato, onde também temos a única cena de morte do filme. O final faz um aceno para Roger Corman, mas consegue ser mais sombrio do que tudo que foi mostrado. Infelizmente, ele também tem um enorme potencial para decepcionar o público que esperava por respostas ao invés de mais metáforas.

Nota: 4/10

Título original: House by the Lake.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
País: Estados Unidos.
Duração: 77 minutos.
Roteiro: Josh Burnell, Mike De Trana.
Direção: Adam Gierasch.
Elenco: Natasha Bassett, Mark Berry, Michael Bowen, James Callis, Anne Dudek, Jon Fedele, Lee Garlington, Amiah Miller, Guy Nardulli.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

  1. Não assisti. Mas lendo o seu texto... Vai que inconscientemente, os pais queriam se livrar da menina?
    Babá só dorme? Kkkk
    Na vida real,o que há de cuidadores de crianças, idosos, acamados e deficientes #sqn, que seria interessante ao contrata-los/as, colocar câmera oculta.

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem