Annabelle Wallis interpreta jovem enfermeira atormentada por visões de assassinatos em 'Maligno', do diretor James Wan
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Maddie Hasson e Annabelle Wallis em imagem do filme 'Maligno', de James Wan | ©Warner Bros. Entertainment |
Os cineastas têm se esforçado tanto para entregar filmes de terror sérios, complexos e socialmente relevantes, que às vezes eu até me esqueço do quanto esse gênero pode ser divertido. Felizmente, alguns ainda se lembram desse detalhe. James Wan, o diretor de Maligno, é um deles. Wan já havia surpreendido com Jogos Mortais, Sobrenatural e, especialmente, com Invocação do Mal e Invocação do Mal 2. Com Maligno, ele dá um passo à frente.
Annabelle Wallis (Annabelle) interpreta Madison, uma jovem enfermeira de Seattle que sobrevive a um evento traumático, mas começa a ter visões de terríveis assassinatos. Como se isso já não fosse suficientemente preocupante, Madison descobre que seus sonhos lúcidos são, na verdade, realidades aterrorizantes.
Enquanto o policial Kekoa Shaw (George Young, de In the Room) e sua parceira Regina (Michole Briana White, de Rápida Vingança) investigam os crimes, Madison se une à irmã corajosa, Sydney (Maddie Hasson, de We Summon the Darkness), para tentar entender sua possível ligação com o assassino: uma figura misteriosa e aparentemente sobrenatural conhecida como Gabriel.
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Maligno é um filme repleto de homenagens. Começa com uma verdadeira carta de amor ao clássico lovecraftiano Re-Animator - A Hora dos Mortos-Vivos (1985), de Stuart Gordon. A sensação de que estamos vendo um filme antigo de cientista louco retorna mais tarde, cortesia de fitas VHS que revelam alguns segredos da trama, e de imagens como a do laboratório que mais parece um castelo gótico de um dos clássicos setentistas da produtora Hammer.
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George Young e Michole Briana White em imagem do filme 'Maligno', de James Wan | ©Warner Bros. Entertainment |
Fãs de jogos eletrônicos vão notar alguns detalhes curiosos em Maligno. Uma de minhas cenas favoritas, mostra o policial Kekoa investigando um cenário subterrâneo enquanto a câmera se posiciona pouco abaixo de seu ombro. A sensação de que estamos assistindo um gameplay de Resident Evil é imediata. Isso sem contar a ótima cena onde a câmera é posicionada na altura do teto, remetendo a games na linha de Diablo.
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Wan recorre à iluminação, a uma trilha sonora devidamente cafona e até a elementos da história para prestar tributo aos filmes giallo, subgênero do cinema italiano precursor do slasher. O elenco entra no clima, exagerando nos gritos e expressões enquanto a câmera se aproxima deles para um close dramático que dura mais tempo do que estamos acostumados a ver. Esse recurso rende pelo menos um momento hilário.
Por fim, o diretor também brinca com elementos do terror moderno. Televisores que não sintonizam, chamadas misteriosas e figuras sinistras refletidas inesperadamente em superfícies de vidro estão no cardápio. Fantasmas cabeludos que parecem ter saído de um j-horror, também. Mesmo com tudo isso, Wan evita jump scares, confiando na atmosfera opressora e nos movimentos de câmera criativos para prender a atenção do público.
É claro que a boa quantidade de mistérios e a violência que fica cada vez mais explícita ajudam muito a nos manter interessados na história. A revelação que acontece no último ato não chega a ser original. Mas posso dizer que a maneira criativa, bizarra e chocante como Wan constrói a cena, faz com que seu filme se destaque de todas as outras obras que trabalharam com o tema.
O tornado de situações extravagantes que toma conta do último ato é de tirar o fôlego. Wan parece estar se divertindo tanto, jogando a lógica para o alto e matando uma fileira de personagens de maneiras espetaculares, que é quase impossível não ficar empolgado. Com Invocação do Mal, o diretor inspirou muitos cineastas da nova geração. Se esse fenômeno se repetir, é possível que o futuro nos reserve uma nova safra de filmes de terror, menos sonolentos e mais divertidos.
Nota: 9/10
Título original: Malignant.
Gênero: Terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos, China.
Duração: 1h 51min.
História: James Wan, Ingrid Bisu, Akela Cooper.
Roteiro: Akela Cooper.
Direção: James Wan.
Elenco: Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young, Michole Briana White, Jean Louisa Kelly, Susanna Thompson, Jake Abel, Jacqueline McKenzie, Christian Clemenson, Amir AboulEla, Mercedes Colon, Ingrid Bisu.
Nota 10!! Simplesmente cativante, hipnotizante e apavorante. Este filme vai agradar aos telespectadores de quase todos os gêneros. Atmosfera e clima sombrio, nos faz voltar ao passado dos filmes clássicos. Os efeitos especiais são excelentes de tirar o folego e por outro lado, nos fazem viajar e desvendar os mistérios da mente humana. Annabelle Wallis que interpreta Madison dá um show de interpretação e consegue convencer o telespectador, segura toda a atenção e o segredo até o final. Aliás, tudo neste filme funciona muito bem. Amei cada segundo. Uma raridade, que merece ser vista e revista. Nos dias contemporâneos é quase impossível achar uma obra de arte ou algo assim bem produzido. Gasta-se muito mas agrada-se pouco. O outro lado da moeda: eu ri e me diverti bastante na hora em que a personagem Madison faz a descrição do assassino...kkk. As cenas de perseguição e fuga merecem aplausos de pé!! Assistam.....vocês não vão se arrepender. " Tudo que acontece de ruim na vida da gente é pra meiorá", né?!
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