Crítica | Sem Conexão: Parte 2 (W lesie dzis nie zasnie nikt 2, 2021)

Policiais investigam massacre em acampamento de verão em 'Sem Conexão: Parte 2'; Bartosz M. Kowalski retorna para dirigir o slasher da Netflix


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Mateusz Wieclawek em imagem do filme 'Sem Conexão: Parte 2', de Bartosz M. Kowalski | ©Netflix


Como você provavelmente já percebeu pelo título, Sem Conexão: Parte 2 é a sequência do camp slasher polonês de 2020, sobre um grupo de adolescentes perseguidos por mutantes em um acampamento para viciados em tecnologia (leia nosso review do primeiro filme aqui). Ele acontece no dia seguinte do filme original, e retoma a história de Zosia (Julia Wieniawa-Narkiewicz, de Rede de Ódio), a única sobrevivente da tragédia.

Os holofotes da sequência, porém, são direcionados para Adas (Mateusz Wieclawek, de Todos os Meus Amigos Estão Mortos), um jovem policial solitário que conhece Zosia na cela do departamento de polícia local, para onde foi enviada depois que sua história sobre mutantes assassinos não convenceu ninguém. E não foi por falta de evidências, já que dois mutantes foram presos pela polícia e estão quietinhos na cela ao lado.


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Uma série de eventos leva Zosia, Adas e a policial estressada Wanessa (Zofia Wichlacz, da série Mundo em Chamas) de volta à cabana onde aconteceu o massacre. Novos personagens se juntam a eles, como os irmãos Mariusz (Sebastian Stankiewicz, de Morte Às Seis da Tarde) e Slawek (Robert Wabich, de Partida Fria) e uma sobrevivente chamada Janeczka (Izabela Dabrowska, de Meu Nome é Sara). Todos terão uma noite muito ruim. 

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Zofia Wichlacz em imagem do filme 'Sem Conexão: Parte 2', de Bartosz M. Kowalski | ©Netflix


Novamente dirigido por Bartosz M. Kowalski, Sem Conexão: Parte 2 sofre com os mesmos problemas do filme original. O ritmo continua arrastado, a trilha sonora continua sonolenta e os personagens continuam desinteressantes. A maioria deles é até desagradável. Com isso Kowalski e sua co-roteirista Mirella Zaradkiewicz encontram a desculpa para fazer comentários sociopolíticos,  mas eu realmente cansei de Adas e seus amigos bem rápido.


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Há também uma inclinação maior para o humor-negro. O melhor momento acontece na cena de abertura, que remete a A Dança dos Vampiros e A Noite do Terror Cego, e homenageia Indiana Jones e os policiais durões dos anos 80, na linha de Stallone Cobra. O resto das tentativas de ser engraçado não funcionaram para mim, e algumas até atrapalharam minha imersão com Sem Conexão: Parte 2.

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Mateusz Wieclawek em imagem do filme 'Sem Conexão: Parte 2', de Bartosz M. Kowalski | ©Netflix


Obviamente, o mais importante em um slasher são as cenas de mortes, e nesse ponto Sem Conexão: Parte 2 não decepciona. O clima é assumidamente trash, mas a maquiagem e os efeitos especiais são muito bem cuidados. O diretor capricha no gore e nas cenas de body horror e, a certa altura, entrega até uma homenagem aos filmes de ficção científica B dos anos 80. Nesse momento Kowalski recorre a efeitos digitais, que são um pouco artificiais, mas acabam combinando com a proposta do filme.

Esses elementos sozinhos provavelmente garantiriam que essa sequência fosse um passatempo regular, se não fosse pela decisão tomada por Kowalski e sua co-roteirista na metade final. Não posso revelar detalhes sobre o rumo que o filme toma, mas posso dizer que Sem Conexão: Parte 2 deixa de ser um slasher para se transformar em algo novo, mas não necessariamente melhor. Não sou um grande fã do filme original. Esta sequência me agradou menos ainda.

Nota: 4.2/10

Título original: W lesie dzis nie zasnie nikt 2.
Gênero: Terror, ficção científica, comédia.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Polônia.
Duração: 1h 36min.
Roteiro: Bartosz M. Kowalski, Mirella Zaradkiewicz.
Direção: Bartosz M. Kowalski.
Elenco: Mateusz Wieclawek, Julia Wieniawa-Narkiewicz, Zofia Wichlacz, Andrzej Grabowski, Lech Dyblik, Michal Zbroja, Sebastian Stankiewicz, Robert Wabich, Izabela Dabrowska, Wojciech Mecwaldowski, Pawel Krawczyk, Jacek Brzostynski, J.V. Martin.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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