Crítica | Prey (2019)

Logan Miller e Kristine Froseth interpretam jovens presos em ilha habitada por entidade maligna no terror de Franck Khalfoun

Kristine Froseth e Logan Miller em imagem do filme 'Prey', de Franck Khalfoun
Kristine Froseth e Logan Miller em imagem do filme 'Prey', de Franck Khalfoun

Prey é o novo trabalho de Franck Khalfoun, responsável pelo remake perturbador de Maníaco. O filme marca sua nova parceria com a produtora Blumhouse, depois de Amityville: O Despertar. Logan Miller (Escape Room) e Kristine Froseth (Apóstolo) estrelam o longa, roteirizado pelo próprio Khalfoun em parceria com David Coggeshall.

Miller interpreta Toby, um jovem que entra em depressão depois que seu pai é assassinado durante um assalto. Ele se inscreve em um programa de ajuda para jovens problemáticos, e a etapa final do programa requer que ele passe três dias e três noites em uma ilha deserta (?).

$ads={1}

Só que a tal ilha em que o rapaz é abandonado não é tão deserta quanto aparenta. Toby não reclama ao descobrir que a floresta é habitada por uma bela jovem chamada Madeleine (Froseth). Mas ele não fica muito feliz quando descobre que uma criatura assassina também costuma passear pela floresta à noite.

Kristine Froseth em imagem do filme 'Prey', de Franck Khalfoun
Kristine Froseth em imagem do filme 'Prey', de Franck Khalfoun

Froseth manda bem no papel da garota da selva, que não tem dificuldades em caçar javalis e retalhar serpentes com a faca. Se você conseguir aceitar a história estranha de como ela foi parar lá, será fácil comprar a idéia de que ela sabe se virar muito bem sozinha.

$ads={2}

Já Miller é prejudicado pelo roteiro. No início dá até para rir um pouco das trapalhadas de Toby tentando sobreviver sozinho na ilha. Já aceitar que o rapaz aprendeu a caçar, pescar, montar armadilhas e construir cabanas em poucas horas, exige uma dose generosa de boa vontade. E o fato de tomar decisões que o colocam em constante perigo não contribui para que ele ganhe pontos com o público.

Jolene Anderson em imagem do filme 'Prey', de Franck Khalfoun

Dois outros personagens aparecem na ilha conforme a história avança. Um deles está lá para lembrar Toby que ele está tomando muitas decisões idiotas, e depois morrer. E o outro está lá apenas para morrer mesmo. Uma terceira personagem (Jolene Anderson) ganha destaque na segunda metade do filme, e serve como gatilho para a reviravolta que acontece nos 20 minutos finais. O problema é que o roteiro é bem previsível. E acho até que boa parte do público não vai precisar de muito tempo para sacar não apenas quem é o vilão, mas também o rumo que a história vai tomar.

De vez em quando o diretor se arrisca no terreno do romance, mas esses momentos são raros e esquecíveis. Em uma comparação simples, é como assistir A Lagoa Azul. Só que mais comportadinho, e sem a Brooke Shields. Quando pende para o lado da aventura, o filme simplesmente não funciona. E o que resta são as cenas de terror, que têm seus altos e baixos.

Logan Miller e Kristine Froseth em imagem do filme 'Prey', de Franck Khalfoun

Na maior parte do tempo, Khalfoun tenta nos assustar com jump scares que, além de manjados, não trazem consequência alguma para os personagens. Mas como a criatura que ronda a floresta é revelada pouco antes do filme acabar, dá para ter uma diversão razoável acompanhando a batalha final. Eu preferia que o diretor não abusasse tanto do CGI e desse mais destaque para os efeitos práticos. E também gostaria muito de poder ver as cenas de violência, algo que ficou de fora para que o filme alcançasse a classificação indicativa PG-13.

_______________

O melhor: Os instintos de sobrevivência de Madeleine e a batalha final razoável.
O pior: A mistura de gêneros não funciona muito bem. O CGI atrapalha. E a ausência de violência, também.

Título original: Prey.
Gênero: Aventura, terror, mistério.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: David Coggeshall, Franck Khalfoun.
Direção: Franck Khalfoun.
Elenco: Logan Miller, Kristine Froseth, Jolene Anderson, Jerrica Lai, Phodiso Dintwe, Anthony Jensen, Jody Mortara, Vela Cluff, Joey Adanalian, Nathan Healy.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

2 Comentários

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

  1. Esse filme é muito ruim mesmo, realmente não sabe dosar essa mescla de gêneros envolvidos.. Mais uma produção esquecível da Blumhouse que desponta pro anonimato. E pior que assisti apenas pelo diretor, que fez o ótimo remake de Maniac.

    ResponderExcluir
  2. A hora que ela deitou no colo dele,e começou a ter flash de memórias..descobri que ela era a assassina. Franck Khalfoun,não acertou desta vez.

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem