Nicolas Pesce, o realizador de 'Os Olhos de Minha Mãe', dirige o reboot de 'O Grito', clássico de terror japonês de Takashi Shimizu
Tara Westwood em imagem do filme 'O Grito', de Nicolas Pesce |
Clássico dirigido por Takashi Shimizu em 2002, O Grito (Ju-on, no original japonês) foi um dos responsáveis pela popularização das produções de j-horror no início dos anos 2000. Sua premissa, apresentada inicialmente em curtas-metragens de 1998, é baseada em uma lenda do folclore japonês que diz que quando uma pessoa morre num momento de extremo ódio, uma maldição nasce. Ela toma a forma da vítima e habita o local da morte, assombrando e matando qualquer um que entre em contato com ela.
Ju-on teve diversas sequências e ganhou uma refilmagem americana em 2004, dirigida por Shimizu e estrelada por Sarah Michelle Gellar, que por sua vez gerou outros dois filmes. Agora chegou a hora de apresentar a história para uma nova geração em um reboot dirigido por Nicolas Pesce, o realizador de Os Olhos de Minha Mãe e Piercing. Pesce também é co-autor do roteiro ao lado de Jeff Buhler, que escreveu O Último Trem e o remake de Cemitério Maldito. Sam Raimi, o homem por trás de Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio é um dos produtores. O que poderia sair errado?
Ju-on teve diversas sequências e ganhou uma refilmagem americana em 2004, dirigida por Shimizu e estrelada por Sarah Michelle Gellar, que por sua vez gerou outros dois filmes. Agora chegou a hora de apresentar a história para uma nova geração em um reboot dirigido por Nicolas Pesce, o realizador de Os Olhos de Minha Mãe e Piercing. Pesce também é co-autor do roteiro ao lado de Jeff Buhler, que escreveu O Último Trem e o remake de Cemitério Maldito. Sam Raimi, o homem por trás de Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio é um dos produtores. O que poderia sair errado?
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Bem, as decisões duvidosas começam no roteiro, que simplesmente ignora quase tudo que faz do original japonês e do remake de 2004 dois clássicos do gênero. Toshio, o garotinho medonho que imita o som de gatos, está fora do reboot. Sua mãe Kayako, a assombração cabeluda que gosta de rastejar pelas escadas, também. No lugar deles entram personagens completamente esquecíveis, que mais parecem zumbis. Toda vez que eles aparecem, geralmente pulando na frente da câmera com a boca bem aberta, o diretor aproveita para tentar emplacar um jump scare. E basicamente é só isso, pois as assombrações raramente fazem mal aos personagens. O excesso de sustos gratuitos faz com que as aparições percam rapidamente o impacto. Em algumas ocasiões, elas se tornam até cômicas.
Demián Bichir em imagem do filme 'O Grito', de Nicolas Pesce |
Tara Westwood (Hell Girl) faz a assistente social Fiona Landers, que traz a maldição do Japão para sua casa nos Estados Unidos. John Cho (Buscando...) e Betty Gilpin (A Caçada) interpretam o casal Peter e Nina Spencer, que serão afetados por ela. Lin Shaye (The Black Room) e Frankie Faison (série Banshee) são o casal Faith e William, que também vão passar apuros nas mãos dos fantasmas americanizados. E Andrea Riseborough (Mandy: Sede de Vingança) faz a policial Muldoon, que investiga o mistério que cerca todo mundo, ao lado do parceiro Goodman (Demián Bichir, de A Freira).
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É um elenco talentoso, mas que não tem muito material para trabalhar. Seus dramas pessoais não são muito interessantes. O fato de demorarem uma eternidade para reagir à presença das entidades sobrenaturais atrapalha momentos que deveriam ser tensos. Tudo isso é agravado pela decisão dos realizadores em ambientar a trama em linhas temporais diferentes. Pode-se dizer que o reboot se situa no meio da linha cronológica de vários projetos da franquia, mas ao invés de garantir complexidade à história, esse recurso acaba servindo apenas para deixar o filme confuso e cansativo.
Andrea Riseborough em imagem do filme 'O Grito', de Nicolas Pesce |
O novo O Grito merece elogios por sua atmosfera pesada, que ocasionalmente evoca a sensação de desconforto das produções de terror japonesas do começo dos anos 2000. Os efeitos práticos e a maquiagem são ótimos. O diretor não pega leva nos raros momentos de violência gráfica. Mas na soma geral, o filme fica devendo.
Nota: 4/10
Título original: The Grudge.
Gênero: Terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 94 minutos.
Roteiro: Nicolas Pesce, Jeff Buhler.
Direção: Nicolas Pesce.
Elenco: Tara Westwood, Junko Bailey, David Lawrence Brown, Zoe Fish, Andrea Riseborough, John J. Hansen, Demián Bichir, Joel Marsh Garland, Bradley Sawatzky, Duke, Bruno The Dog, Lin Shaye, John Cho, Betty Gilpin, Stephanie Sy, Steven Ratzlaff, Marina Stephenson Kerr, Jacki Weaver, Frankie Faison, William Sadler, Maria Anne Grant, Nancy Sorel, Ray Strachan, Adam Brooks, Ernesto Griffith, Tracy Penner, Frederick Allen, Jim Kirby, Robert Kostyra, Lorrie Papadopoulos, Robin Ruel, Stefanie Sherk, Derek James Trapp.
Título original: The Grudge.
Gênero: Terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 94 minutos.
Roteiro: Nicolas Pesce, Jeff Buhler.
Direção: Nicolas Pesce.
Elenco: Tara Westwood, Junko Bailey, David Lawrence Brown, Zoe Fish, Andrea Riseborough, John J. Hansen, Demián Bichir, Joel Marsh Garland, Bradley Sawatzky, Duke, Bruno The Dog, Lin Shaye, John Cho, Betty Gilpin, Stephanie Sy, Steven Ratzlaff, Marina Stephenson Kerr, Jacki Weaver, Frankie Faison, William Sadler, Maria Anne Grant, Nancy Sorel, Ray Strachan, Adam Brooks, Ernesto Griffith, Tracy Penner, Frederick Allen, Jim Kirby, Robert Kostyra, Lorrie Papadopoulos, Robin Ruel, Stefanie Sherk, Derek James Trapp.
Uma chatice prolongada
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