Crítica | Tubarão Voraz (Swim, 2021)

Tubarão invade casa de praia inundada em 'Tubarão Voraz', novo filme do diretor de 'Shark Season', Jared Cohn


A atriz Brett Hargrave como Charlotte no filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn
A atriz Brett Hargrave como Charlotte no filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn | Foto: ©Tubi


Um tubarão nervoso está nadando no porão da casa de praia da família Samson. E se eles não se apressarem para trancar a porta, o predador esfomeado pode subir para a sala, porque... bem, porque esta é uma tosqueira da The Asylum, e o mínimo que se espera de uma tosqueira da The Asylum é que tubarões presos no porão subam para a sala. E, se possível, para o segundo andar da casa também.

Tubarão Voraz é dirigido por Jared Cohn, que já tem uma boa experiência com o lado trash do cinema de terror. Em 2019, ele entregou A Vizinhança Assombrada, sobre uma moça vestida de Chapeuzinho Vermelho que combate lobisomens feitos com CGI ruim. Em 2020, dirigiu Shark Season, sobre três amigos que lutam por suas vidas quando um grande tubarão-branco os prende em uma pequena ilha que está afundando.

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O roteiro é assinado por Anthony C. Ferrante, outro nome conhecido dos fãs do cinema bagaceira. Ele não apenas dirigiu todos os filmes da franquia Sharknado, sobre tubarões que pegam carona em um tornado para abocanhar pessoas em terra firme, como também é (ir)responsável por Tsunami Zumbi, sobre mortos-vivos aquáticos que pegam carona em um tsunami para distribuir mordidas entre os habitantes desavisados de uma cidade costeira.

Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn
Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn | Foto: ©Tubi


Os problemas da família Samson começam quando o homem responsável pela manutenção de sua casa de praia desaparece, sem ter tempo de arrumar os canos d'água que costumam vazar e transformar o porão em uma piscina subterrânea. Mamãe Lacey (Jennifer Field, de Um Natal Diferente) não sabe disso, e viaja para a casa de praia na companhia dos filhos adolescentes Charlotte e Tucker, interpretados por Brett Hargrave (O Primeiro Passo) e Daniel Grogan (Observadores).

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O pai de Lacey, o pediatra aposentado Noah (Andy Lauer, de Assassinos Cibernéticos), vai junto para pescar, fazer curativos toscos e alguns monólogos motivacionais sonolentos. O marido de Lacey, Hudson (Joey Lawrence, de Lenda Urbana 2), se atrasa um pouco porque ficou preso em um engarrafamento. Ele ganha destaque no ato final, assim como o personagem Tad, interpretado por Rib Hillis, o heroico dublê Jack de Piranhaconda.

Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn
Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn | Foto: ©Tubi


O passeio dos Samsons vira um pesadelo quando um tubarão ataca Becky (Addison Bowman, de Never Alone), a namorada secreta de Tucker que gosta de nadar durante tempestades. Falando em tempestade, ela provoca ondas gigantescas que inundam o porão da casa. Ou será que aquela água vem do vazamento dos canos? Tanto faz. O que interessa é que todos terão que lutar para sobreviver quando o tubarão assassino entra no porão sem ser convidado e começa a mastigar quem encontra pela frente.

A história de um predador da água preso em uma casa já foi contada antes. Alexandre Aja fez isso em 2019, só que com jacarés, no ótimo Predadores Assassinos. Se voltarmos ainda mais no tempo, Kimble Rendall havia entregado algo semelhante em 2012, colocando tubarões invadindo um supermercado em A Isca. Comparado com esses dois filmes, Tubarão Voraz afunda. Mas como os monstros deles não eram atrevidos o suficiente para atacar na sala e no segundo andar, você não pode dizer que Tubarão Voraz não entrega novidades.

Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn
Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn | Foto: ©Tubi


Para garantir variedade à jornada de sobrevivência da família Samson, o roteiro providencia incursões no porão, ataques na praia, tentativas de fuga interrompidas pela queda de postes, e uma operação de resgate que não termina muito bem. A maneira como o diretor registra esses eventos, porém, não é das mais empolgantes. Ocasionalmente ele até entrega uma filmagem aberta para situar o espectador nos cenários inundados, mas na maior parte do tempo se contenta com closes muito fechados no rosto de cada um, mesmo durante as cenas de ação.

A maquiagem é fraca, resumindo-se a sangue falso e ferimentos que desaparecem em uma cena para magicamente reaparecer na outra. O CGI varia entre o regular, o ruim e o risível. Também dá para rir de algumas situações toscas, como a cena que revela a assustadora incapacidade de mamãe Lacey em desviar da água que vaza de um cano. Ou de alguns confrontos, com destaque para as cenas em que os personagens atacam o tubarão com um andador e um guarda-sol.

Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn
Imagem do filme 'Tubarão Voraz', de Jared Cohn | Foto: ©Tubi


Dependendo de seu humor, dá até para se divertir com as atuações duvidosas e com os diálogos horrendos, do tipo "Nós temos que levar Becky para o hospital! Não quero que ela morra!". Por outro lado, se humor involuntário não for a sua praia, recomendo que você nade para bem longe de Tubarão Voraz porque, além disso, o filme não tem muitos atrativos.

Nota: 3/10

Título Original: Swin.
Gênero: Ação, terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos da América.
Duração: 1 h 26 min.
Roteiro: Anthony C. Ferrante.
Direção: Jared Cohn.
Elenco: Joey Lawrence, Jennifer Field, Andy Lauer, Brett Hargrave, Daniel Grogan, Addison Bowman, Rib Hillis, Timothy Jones, Anthony Jensen, Zhan Wang, David Hutchison, Omar Zaki, Derek Grauer, Trevor B. Nagle, Tammy Klein.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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