Crítica | Amizade Maldita (Z, 2019)

Keegan Connor Tracy desconfia que o amigo imaginário de seu filho pode ser terrivelmente real em 'Amizade Maldita', do diretor Brandon Christensen


Jett Klyne como Joshua no filme 'Amizade Maldita', de Brandon Christensen
Jett Klyne como Joshua no filme 'Amizade Maldita', de Brandon Christensen


O diretor Brandon Christensen no comando de longas-metragens em 2017 com O Enviado do Mal, terror sobre uma jovem mãe que acredita que uma entidade sobrenatural está tentando se apoderar de seu filho. Agora ele volta a explorar o horror materno com Amizade Maldita. Só que a encrenca dessa vez vem na forma de um amigo imaginário.

Keegan Connor Tracy (A Sedução do Mal), Sean Rogerson (Fenômenos Paranormais) e Jett Klyne (Boneco do Mal) estrelam o longa que, com um pouco de boa vontade, pode ser descrito como uma mistura açucarada de O Babadook e Hereditário, com algumas pitadas do clássico setentista A Profecia. O próprio Christensen escreveu o roteiro em parceria com Colin Minihan, o diretor de O Deserto dos Mortos e O que nos Mantém Vivos.

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O casal Kevin e Elizabeth (Tracy e Rogerson) nota que seu filho de oito anos, Joshua (Klyne), tem passado bastante tempo brincando com um amigo imaginário que ele chama de Z. O que parecia ser uma relação inofensiva rapidamente se transforma em algo destrutivo e perigoso. Quando Beth começa a desvendar o seu próprio passado, ela descobre que Z pode não estar apenas na imaginação do filho.

Keegan Connor Tracy e Sara Canning como Elizabeth e Jenna no filme 'Amizade Maldita', de Brandon Christensen
Keegan Connor Tracy e Sara Canning como Elizabeth e Jenna no filme 'Amizade Maldita', de Brandon Christensen


Klyne manda bem como o menino arrepiante, cujo comportamento se torna cada vez mais alarmante. Se Z está influenciando as ações de Josh ou se o menino tem problemas de ordem psicológica é o mistério que move o primeiro ato. A incapacidade de Beth de entender o que está acontecendo ou ajudar seu filho leva o filme para um terreno bem próximo do perturbador. A relação bizarra dela e da irmã com a mãe doente deixa as coisas ainda mais esquisitas.

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Junte a isso algumas imagens arrepiantes, e temos uma metade inicial promissora. Infelizmente, não dá para dizer o mesmo da metade final, especialmente do último ato, quando o mistério por trás de Josh é praticamente deixado de lado para podermos acompanhar a história de Beth. A mudança entrega algumas respostas que o público esperava, abre espaço para discussões sobre problemas hereditários, mas também deixa o filme arrastado e desinteressante.

Keegan Connor Tracy como Elizabeth no filme 'Amizade Maldita', de Brandon Christensen
Keegan Connor Tracy como Elizabeth no filme 'Amizade Maldita', de Brandon Christensen


Além de jogar para o alto o clima sombrio que havia sido construído, Christensen e seu co-roteirista tomam decisões que levam Amizade Maldita para um terreno que geralmente faz bem a filmes trash, mas que não combina em nada com uma obra que, até então, estava se levando a sério. Para evitar spoilers, direi apenas que me peguei rindo de algumas cenas que, muito provavelmente, não foram projetadas para serem engraçadas.

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O terror sobrenatural de Christensen vale pela premissa curiosa e pelo trabalho razoável na criação de algumas cenas de suspense. Vale pelo elenco comprometido, que inclui Sara Canning (a tia Jenna da série The Vampire Diaries) como a irmã problemática Jenna (!), e o sempre dedicado Stephen McHattie (Fúria) como o psiquiatra Dr. Seager. Mas não tem como negar que meu interesse pelo filme diminuiu consideravelmente no último ato e, antes da conclusão, ele já havia desaparecido completamente.

Nota: 4.8/10

Título original: Z.
Gênero: Terror, suspense, mistério, drama.
Produção: 2019.
Lançamento: 2020.
País: Canadá.
Duração: 1 h 23 min.
Roteiro: Brandon Christensen, Colin Minihan.
Direção: Brandon Christensen.
Elenco: Keegan Connor Tracy, Jett Klyne, Sean Rogerson, Sara Canning, Stephen McHattie, Chandra West, Ali Webb, Deborah Ferguson, Luke Moore, Fox Rose, Jayson Therrien, Sarah Munn, Grace Christensen, Kevin Doree, Blaine Schlechter.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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