Crítica | Play Dead: Nos Bastidores da Morte (Play Dead, 2022)

Bailee Madison interpreta jovem que descobre segredos assustadores em necrotério no terror 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier


A atriz Bailee Madison como Chloe em arte do filme 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier. Foto: © Voltage Pictures
A atriz Bailee Madison como Chloe em arte do filme 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier. Foto: © Voltage Pictures


Um necrotério vira uma casa de horrores em 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', o novo filme do diretor de Trick e Dia dos Namorados Macabro, Patrick Lussier. E desta vez a culpa não é de uma força sobrenatural, como em Cadáver e A Autópsia, ou de fãs horríveis de atrizes falecidas, como em O Cadáver de Anna Fritz. Vou evitar me aprofundar nos mistérios do necrotério, para não estragar as surpresas. Mas acredito que há uma boa chance de que você se divirta com eles, desde que ofereça ao filme a quantidade de suspensão de descrença que suas situações forçadas exigem.

Bailee Madison (Os Estranhos: Caçada Noturna) interpreta Chloe, uma jovem estudante de criminologia que vive na casa herdada de seu falecido pai. Conhecemos Chloe após ela ser informada que o seguro de vida de seu pai foi invalidado. Ela também é informada que a execução duma hipoteca parece iminente. Para piorar, seu irmão cometeu um crime, e as evidências que podem incriminá-lo estão trancadas em um necrotério. Nossa heroína azarada, então, precisa encontrar uma maneira de entrar no necrotério antes que a polícia chegue para coletar as provas e salvar a pele do irmão criminoso.

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Play Dead começa com vibe de O Homem nas Trevas, terror intenso e surpreendente sobre três criminosos que descobrem que roubar de um cego pode ser mais assustador do que imaginavam. Logo se torna um jogo de gato e rato que, ocasionalmente, remete a P2: Sem Saída, terror natalino sobre uma jovem que fica presa em um prédio na companhia indesejada de um segurança psicótico.

Bailee Madison e Jerry O'Connell como Chloe e o legista no filme 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier. Foto: © Voltage Pictures
Bailee Madison e Jerry O'Connell como Chloe e o legista no filme 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier. Foto: © Voltage Pictures


Há alguns momentos efetivos de suspense. Principalmente quando entra em cena o legista de plantão, interpretado por Jerry O'Connell. Fãs de longa data de cinema em geral provavelmente se lembrarão deste ator pelo seu trabalho na inesquecível comédia Joe e as Baratas (1996). Fãs do gênero terror se lembrarão dele pelo insanamente sangrento e divertido remake de Piranha, e pela recente comédia de terror sobrenatural Delivery Macabro.

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Em Play Dead, O'Connell interpreta um personagem frio e calculista, responsável por momentos de violência assustadoramente controlados. Mas isso não significa que o diretor desvie a câmera ou corte a cena para poupar o espectador de visões desagradáveis. Pelo contrário, Play Dead é até mais violento do que imaginei que seria, e os efeitos práticos são bem cuidados, considerando o baixo orçamento da produção.

Bailee Madison como Chloe no filme 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier. Foto: © Voltage Pictures
Bailee Madison como Chloe no filme 'Play Dead: Nos Bastidores da Morte', de Patrick Lussier. Foto: © Voltage Pictures


Além de confrontos físicos, que se intensificam no ato final, o roteiro entrega alguns confrontos verbais entre o personagem de O'Connell e a corajosa final girl interpretada por Madison. O tema desses diálogos me fez temer que Play Dead saísse dos trilhos e se tornasse outro desagradável exemplar de terror social. De certa forma, isso realmente acontece. Mas a abordagem é apenas superficial, e ao contrário do que acontece na maioria dos filmes dessa vertente chata do cinema de terror, não chega a comprometer a diversão.

Play Dead se estende um pouco demais nos minutos finais. Como já destaquei no primeiro parágrafo, algumas situações não fazem muito sentido. Uma abordagem mais descontraída de Lussier poderia resolver esse problema. Como ele leva a história a sério, a experiência de cada um dependerá de quantos furos de roteiro estará disposto a relevar.

Nota: 5.7/10

Título Original: Play Dead.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2022.
Lançamento: 2022.
País: Estados Unidos da América.
Duração: 1 h 46 min.
Roteiro: Simon Boyes, Adam Mason.
Direção: Patrick Lussier.
Elenco: Bailee Madison, Jerry O'Connell, Anthony Turpel, Chris Lee, Chris Butler, Jorge-Luis Pallo, Kyler O'Neal, Haley Pilz, Sterling Beaumon, Josh Harp, Ashad Hashine, Coco Fenton, Greg Wells, Marcel Sawyer, Tim Davis, Allen Marsh, Stephanie Rojas, Chris Long, Nils Allen Stewart, Cheryl Thorup, Marco Torres, Greg Cornelius, Lestonja Diaz, Bogdan Szumilas.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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